domingo, 26 de fevereiro de 2012

Música: The Universal - Blur

       Para os que já assistiram o clássico Laranja Mecânica de Stanley Kubrick fica fácil perceber que o o clipe The Universal da banda inglesa Blur é um homenagem ao filme (muitos conheceram a música na América por meio de um anúncio musical da emissora VH1). A canção faz parte do quarto álbum da banda: The Great Escape de 1995. A capa do CD homenageia o filme 2001: Uma Odisséia no Espaço, outra obra de Kubrick. No clipe a banda está vestida de maneira semelhante ao conturbado Alex e sua guangue; os toques introdutórios da música lembram notas de música clássica, associação excelente já que Alex está associado com a ira da Música Clássica, aquela sensação de que a tempestade vai te atingir. O clima é etéreo e a limpeza no ambiente lembra as realidades utópicas das sociedades extremamente controladas; fascistas.  

 

          É um futuro alternativo no qual a maior emoção no clipe é o sorriso maroto do vocalista que compreende tudo que se passa, enquanto os outros apenas pensam que são eles mesmos, em uma comédia de interesses podres mascarados por um contrato social. Os personagens no bar utilizam o momento elitista para mostrar alguns de seus segredos e vícios; as imoralidades são aceitáveis no Milk Bar, pois a elite é "treinada" para esconder suas insdiscrições do público, que quando aparece perto das caixas de som estão tapando os olhos para tanta barbaridade e corrupção, apesar de que a teoria de que todos gostariam de ter acesso ao poder para realizar todas estas transgressões também é bem mais palpável. Em 3:03 alguém com chapéu semelhante ao de Alex e o rosto pintado de branco grita, pois alguém tem que gritar, e o "louco" que for contra toda esta loucura, que foi produzido por esta loucura terá que aprender a fazer parte desta loucura ou apenas viver sua rotina como parte do gado .  

          No bar, os frequentadores  lembram animais de circo, pois para convencer na sociedade não podem mostrar quem eles realmente são para todos. O ambiente futurista mesclado com os personagens "mecanicamente malignos e projetados" destrói a utopia de um futuro "humano" por mais tranquilizante que sejam as cores do cenário. É tudo caótico, cada nota dá a impressão que uma bomba está para explodir, pois o fascismo não pode controlar tudo para sempre. É uma sociedade Distópica.Os universais que estão em todas as casas para não deixar ninguém sozinho só podem ser o Big Brother.


obs: é provável que não tenha praticamente nada certo nesta análise, mas caso você engula o comprimido isso torna tudo um pouco mais verdadeiro.

obs 2: se  malcolm mcdowell estivesse no clipe, poderíamos considerar uma continuação de Laranja Mecânica. É um dos melhores clipes de todos os tempos.

The Universal

This is the next century
Where the universals free
You can find it anywhere
Yes the future's been sold
Every night we're gone
And to Karaoke songs
How we like to sing along
Though the words are wrong

It really really really could happen
Yes it really really really could happen
When the days they seem to fall through you
Just let them go

No one here is alone
Satellites in every home
Yes the universals here
Here for everyone
Every paper that you read
Says tomorrow's your lucky day
Well here's your lucky day

It really really really could happen
Yes it really really really could happen
When the days they seem to fall through you
Just let them go

Well it really really really could happen
Yes it really really really could happen
When the days they seem to fall through you
Just let them go

Just let them go

Just let them go

The Universal (Tradução)

Este é o próximo século
Onde os universais são livres
Você pode acha-los em qualquer lugar
Sim, o futuro foi vendido
Toda a noite em que nos fomos
Para as músicas de karaoke
Como nós gostamos de cantar sozinhos
Com as palavras erradas

Isso realmente realmente realmente pode acontecer
Sim isso realmente realmente realmente pode acontecer
Quando os dias parecem passar através de você
Apenas deixe-os ir

Ninguém mais está sozinho
Satélites estão em todas as casas
Sim, os universais estão aqui
Aqui para todo mundo
Tudo aquilo que você lê
Diz a sua sorte de amanhã
Bem, este é o seu dia de sorte

Isso realmente realmente realmente pode acontecer
Sim isso realmente realmente realmente pode acontecer
Quando os dias parecem passar através de você
Apenas deixe-os ir

Isso realmente realmente realmente pode acontecer
Sim isso realmente realmente realmente pode acontecer
Quando os dias parecem passar através de você
Apenas deixe-os ir

Apenas deixe-os ir

Apenas deixe-os ir

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Emir Saad - Parte I

Publicadas eventualmente entre uma tirinha e outra dos Malvados.com.br, de André Dahmer, o Rei Emir Saad é o maior ditador que o Ziniguistão jamais conheceu.Estas tirinhas também estão sendo publicadas do G1 e são, segundo minha opinião ditatorial, uma das melhores tiras criadas nos últimso anos. É ótimo para enfeitar enfeitar finais de provas ou para incentivar os alunos a criarem suas próprias tiras filosóficas, ou para colocar na porta de sua casa, deixando claro que ali mora mais um tirano.
          Emir (por vezes escrito como Amir, do árabe comandante) é um título de nobreza historicamente usado nas nações islâmicas do Médio Oriente e Norte de África. Originalmente foi um título de honra atribuído aos descendentes de Maomé, séculos depois tornou-se utilizado em vários contextos, como por exemplo para referir chefes e nobres, como no caso dos Beduínos da Arábia e do Império Otomano. Apesar de ser uma tira que remete aos nossos ditadores islâmicos, em diversas tiras percebemos traços que lembram os totalitários Hitler e Stalin, que são temas centrais para oitavas séries e terceiros anos. Dahmer, talvez sem perceber, criou um ótimo recurso pedagógico...Somente o ratão de Niquel Naúsea conseguiu me fazer rir tanto quando Saad.É um humor negro muito refinado, com um personagem narcisista e megalomaníaco...

 



Os Super Humanos de Stan Lee



Stan lee nasceu nos EUA e pode ser considerado um dos maiores gênios das histórias em quadrinhos de todos os tempos. Ele co-criou o Quarteto Fantástico, o Homem de Ferro, Hulk,  Thor e os X-men originais em parcerias com com Jack Kirby e Homem Aranha, Doutor Estranho e Demolidor em parceria com Steve Ditko;ou seja, quase toda a Marvel Comics. Seu nome completo é Stanley Martin Lieber, e é judeu. Mais um judeu criando super-heróis. Eles criaram a maior parte deste universo fascinante que rende bilhões em entretimento todos os anos.

Durante a sombria Segunda Guerra, Lee trabalhou no exército americano, escrevendo manuais, slogans, criando filmes e ocasionalmente desenhando. Também trabalhou com palestras e fez participações especiais em diversos filmes sobre suas criações. Durante a revolução ponto com da Internet, ele criou o StanLee.net, que pertencia a uma companhia separada e administrada por outros que tinha como conceito misturar animação online com tiras de quadrinhos tradicionais, mas infelizmente a companhia ficou conhecida pela sua administração mal-feita e irresponsabilidade financeira. Também já foi dublador em um desenho do Homem Aranha e apareceu até mesmo nos Simpsons ( o que é considerado honra entre os americanos; ou quase sempre considerado...). Criou até mesmo um mangá para a revista Shonen Gangan, chamado Heroman (o nome não é lá muito criativo...).

Apesar de estar perto dos 90 anos, Lee não para. E nem deve. Recentemente ele tem produzido o documentário Super Humanos para o History Channel. Conversando em fóruns na internet ele tem sido lembrado como uma ótima opção. Apenas colunistas idiotas que vivem de fazer alvoroço e críticas ousariam dizer o contrário. O programa não é um show de horror, como os não habituais e quadrados que não gostam de quadrinhos poderiam pensar, ele tem muitas informações científicas e interessantes sobre genética e habilidades que realmente podem ser consideradas fora de série.
No programa, Lee envia Daniel Browning Smith (ele fica em seu QG como se fosse o Professor Charles Xavier) para diversos locais do mundo (este jovem possui a capacidade de se contorcer tão acentuada que deixaria pasma algumas bailarinas do Circo de Cirque de Soleil. Em sua viagem encontrou um homem que pode resistir a fortes descargas elétricas na índia (ele frita ovos e enquanto está levando choques qualquer um que o toque pode morrer) , um monge Shaolin capaz de matar com um soco de curta distância, um finlandês que resiste ao calor em saunas, um homem capaz de perfurar o corpo sem sangrar ou sentir dor, um jovem cego que se movimenta como um morcego (com a utilização de uma espécie de sonar), um homem capaz de realizar qualquer cálculo matemático em segundos e sem apoio de calculadoras. E Muitos outros casos, que ainda ainda estão por aparecer ou que me esqueci de citar (por pura preguiça). Abaixo foto de Daniel:

Apesar do programa ser fantástico, é estranho pensar que alguns humanos podem possuir habilidades que os outros não tem, e que se eles encontrarem semelhantes, podemos acabar envolvidos com eugenia, sobrevivência do mais forte e livros sobre superioridade racial baseado em mutações. O entrevistados de Daniel (que também é "mutante") não parecem estar interessados em dominar o mundo. Pelo menos não por enquanto...
Abaixo, um Trailer do documentário Super Humanos de Stan Le

Para completar esta postagem, vamos comentar a reportagem da Veja que compara um seriado que não vai sair da primeira temporada com os documentários bem elaborados de Super Humanos de Lee:



Marcelo Marthe aparentemente não viu os programas. Existem diferenças gigantescas entre um programa de documentário e um seriado de ficção. É provável que não exista para os super humanos o drama que existe na vida do Peter Parker (Homem Aranha) ou do Bruce Wayne (Batman); logo não é preciso focar em suas vidas, esperando que eles combatam o crime e vistam uniformes colantes. As pessoas que conheço não se submeteram a assistir Super-Humanos; elas se submeteriam a ter que ler as opiniões grotescas impressas nesta revista e levá-las a sério. O programa tem o objetivo de mostrar que humanos podem fazer coisas fantásticas. Não é um freak show como ocorre no Ratinho, Gugu e outros programas imbecis da TV aberta. É sobre filosofia, e se foi idéia do Stan Lee, foi uma das melhores. Se alguém ainda não se convenceu, veja o vídeo do homem com o gatilho mais rápido do mundo (atira em dois balões em um piscar de olhos, e do samurai que consegue acertar objetos em alta velocidade:












Tirem suas próprias conclusões sobre o programa ser ou não interessante. Meu pensamento é que certos jornalistas procuram criar polêmica apenas para sobreviver, alimentando opiniões toscas e criticando mitos como Stan Lee que sequer sabe que ele existe.

O Chev Impala de Sobrenatural

Característico Chevrolet Impala (Chevy Impala)1967. Foi-lhe dado pelo seu pai, que o comprou em 1973 depois de Dean, que foi enviado para esse ano por Castiel, o ter convencido a compra-lo em vez de uma Volkswagen Kombi de 1964. O carro tem uma matrícula do condado de Sedgwick, Kansas (contudo, Lawrence, a terra natal dos irmãos é no condado de Douglas). O número da matrícula é KAZ 2Y5, uma referência ao Estado onde os Winchester nasceram e ao ano de estreia da série, 2005. A partir do episódio 2.20, a matrícula passa a ser do Ohio (CNK 80Q3) para ajudar os rapazes a esconderem-se do FBI.

O carro é uma das figuras mais proeminentes da série,pode até ser considerado um personagem. Logo no episódio piloto, é no Chevy Impala que John e os seus filhos observam a casa a arder. O carro é a coisa mais preciosa que Dean possui e este protege-o com quase tanta paixão como a sua família. No episódio piloto é também revelado que o porta-malas contém vários tipos de armas que ajudam os irmãos a lutar contra as criaturas sobrenaturais. Durante a primeira temporada, Sam desenha símbolos no porta-mala que são à prova de demônios, para transformar o porta-malas num local protegido para guardar a Colt, que eles estão tentando guardar a todo custo para matar o demônio dos olhos amarelos.



O Chevy Impala 1967, 4 portas foi criado na época do tão famoso American Way of Life com um motor V-8 350.



No último episódio da 5° temporada, é mostrado algumas características especiais do Chevy Impala, como o primeiro dono, que andava pelas estradas dos EUA, distribuindo bíblias para ajudar as pessoas, preparando-as para o dia do juízo final; um soldadinho de plástico que Sam colocou, quando era criança, no cinzeiro do carro, fato esse que ajudou Sam a controlar Lúcifer que estava em posse de seu corpo.E tambem é mostrado que Dean, quando criança, colocou peças de lego dentro da ventilação do Impala, e mesmo depois de reconstruí-la manteve essas pequenas coisas, pois são essas coisas que a fazem especial.Mas ao longo das temporadas Sam e Dean sempre utiizam o carro.

Seria a astrologia mentirosa?


é hora de dar uma flechada, que já foi dada fazem mais de 80 anos, na astrologia de jornal que ocupa um espaço que poderia ser cedido para mais quadrinhos...
       Eu nasci em  outubro, e segundo os astrólogos meu signo é libra. Os astrólogos dizem que sou afável, amável, doce e detesto injustiças. Dizem que certamente a expressão "vamos agradar a gregos e troianos" saiu de uma alma libriana.  Tenho requintada educação e um gosto muito bom para a decoração. Todo mundo que nasceu entre 23 de setembro e 24 de outubro faz parte deste time do amor. Devemos acompanhar o horóscopo todo dia para saber o que vai acontecer a seguir (se bem que nunca li um que diga "Cara hoje você vai  morrer" ou "você vai ficar com dor de barriga, é melhor não sair de casa")
          O problema é que não sou afável e muito menos doce. E não quero saber de agradar nem gregos e nem troianos. Se eles não gostarem da minha pessoas, é azar ou sorte a deles. Não leio horóscopos porque tenho a impressão que os autores escrevem coisas bem genéricas para que as pessos leiam e interpretem de acordo com seus dias, ou seja, pode ser qualquer coisa. Eles escrevem coisas do tipo :"você terá dificuldades" e caso a pessoa tenha qualquer deslize durante o dia, fique com dor de barriga ou não tenha um dia 100% perfeito, ele dira que o horóscopo avisou. "Seu astrólogo tentou te avisar cara...quem mandou ser desobediente com os atros..."
            Mas precisamos entender a astrologia primeiro:é uma crença segundo a qual as posições relativas dos corpos celestes podem prover informação sobre a personalidade, as relações humanas, e outros assuntos mundanos. É, como tal, uma atividade divinatória. Um praticante de Astrologia é chamado astrólogo.
  
Ou seja...no meu modo de vista, que pode ser levemente corrosivo com os praticantes desta arte milenar, ele é um charlatão. Mas talvez eles estejam certo...principalmente quando eles fazem previsões associadas com planetas como Plutão (Opa, Plutão nem planeta é..., pelo menos não esta semana). Melhor ainda é que para realizar previsões existe um lógica associada ao sol e sua passagem por 12 constelações, determinado o zodíaco como o conjunto de constelações ao longo da eclíptica (o caminho aparente percorrido pelo Sol durante o ano), mas desde 1930 que a União Astronômica padronizou as constelações e Ophiuchus (onde o Sol se encontra geralmente entre 30 de novembro a 17 de dezembro, localizado entre Scorpius e Sagittarius) foi incluído, gerando assim 13 constelações. Ponto pra astronomia. A Veja realizou uma capa em janeiro de 2011 relatando estas mudanças (a revista está atrasada pelo menos 80 anos...hahahahaha).

Vamos observar como eram e como ficaram os signos:
Aries, o carneiro - 20.03 a 20.04
Taurus, o touro - 20.04 a 21.05
Gemini, os gêmeos - 21.05 a 21.06
Cancer, o caranguejo - 21.06 a 23.07
Leo, o leão - 23.07 a 23.08
Virgo, a virgem - 23.08 a 23.09
Libra, a balança - 23.09 a 23.10
Scorpius, o escorpião - 23.10 a 22.11
Sagittarius, sagitário, o arqueiro - 22.11 a 23.12
Capricornus Capricòrnio- 22.12 a 21.01
Aquarius, aquário ou aguadeiro, o carregador de água - 21.01 a 18.02
Pisces, os peixes - 18.02 a 20.03

Novas Datas:
Aries, o carneiro - 18.04 a 13.05
Taurus, o touro - 13.05 a 21.06
Gemini, os gêmeos - 21.06 a 20.07
Cancer, o caranguejo - 20.07 a 10.08
Leo, o leão - 10.08 a 16.09
Virgo, a virgem - 16.09 a 30.10
Libra, a balança - 30.10 a 23.11
Scorpius, o escorpião - 23.11 a 29.11
Ophiuchus, ofíuco, o serpentário - 29.11 a 17.12
Sagittarius, sagitário, o arqueiro - 17.12 a 20.01
Capricornus, capricórnio, a cabra do mar - 20.01 a 16.02
Aquarius, aquário ou aguadeiro, o carregador de água - 16.02 a 11.03
Pisces, os peixes - 11.03 a 18.04

Além de ter acabado com aquela divisão ilógica de 1 mês para cada signo, lamento muito aos que agora são da constelação de Ophiuchus, já que está associada a serpentes; e elas nunca foram bem vistas pela História. E pelas novas datas, tenho a impressão que o signo de quase todos, com raras exceções, não é o mesmo. Talvez seja hora de processar os astrólogos por séculos de adivinhações incorretas. Nos velhos impérios, quando um astrônomo errava, era hora de esquecer a vida material e preparar a passagem para "outra dimensão", "sono eterno", "alimento de animais selvagens".

a maligna e sacana cobra da tradição cristã.
Cobra devorando provável filhote alheio.

cobra gulosa, devorando mais filhotes alheios.

Stalone Cobra, uma espécie de policial rancoroso que mata primeiro e pergunta depois. Quase ninguém vê este filme...

Medusa e diversas cobras na cabeça.

Em G.I.JOE, ou Comandos em Ação, a organização Cobra representa tudo que existe de mais maligno. Vendeu milhares de bonequinhos nos anos 80 e 90, incluindo o herói Falcon que suas mães e avós pegavam emprestado dos irmãos para realizar casamentos com as Bonecas Barbie.

Se bem que o Falcon era um Bad Boy  e eu não o deixaria sair com minhas filhas.

Tuberculose na literatura

A tuberculose influenciou alguns artistas do movimento literário conhecido como Romantismo, como Lord Byron (na Inglaterra) ou Álvares de Azevedo, no Brasil. A aparência pálida, "assombrada" dos que sofriam de tuberculose é vista como influência nos trabalhos de Edgar Allan Poe e nas histórias sobre vampiros. Num período recente, esta estética foi revivida pela subcultura "gótica". Nessa época, ficou conhecida como o "Mal do Século".
Mimi, a heroína da ópera de Puccini, La Bohème, sofre de tuberculose - o mesmo acontece com Violeta, de "La Traviata" de Verdi, inspirada na obra de Alexandre Dumas Filho, "A Dama das Camélias", imortalizando a tuberculose como doença do amor.
Na novela da escritora norte-americana Sylvia Plath The Bell Jar, o protagonista Buddy Willard sofre de tuberculose.
Também a novela Mundo Fechado de Agustina Bessa-Luís tem como protagonista um jovem padecente desse mal.
A Montanha Mágica de Thomas Mann, relata uma visita de um jovem, Hans Castorp, a um sanatório em Davos na Suíça, onde está seu primo. No sanatório, Hans descobre estar também com a doença e prolongará aí a sua estadia. No Brasil, no século XX, a doença influenciou muitas obras do poeta modernista Manuel Bandeira, nascido em 1886 e tuberculoso desde os dezoito anos, como o seu poema "Pneumotórax".
Há também a tuberculosa protagonista Satine de Moulin Rouge!, a qual é uma cortesã que se apaixona por um jovem poeta, Christian.
No anime/mangá Bleach, escrito por Tite Kubo, o capitão do esquadrão 13 de defesa, Ukitake Juushirou sofre de tuberculose.
No livro Crime e castigo escrito por Fiódor Dostoiévski,a personagem Catierina Ivanova sofre de tuberculose,no livro chamada de tísica.

Os arquétipos em Star Wars

Em 1977, a galáxia se tornou menor. A saga Guerra nas Estrelas, de George Lucas, trouxe o universo dos alienígenas e dos planetas distantes para perto da imaginação popular. Resultado: 25 anos depois do seu início, ou fim, se levarmos em conta a cronologia da história, os filmes ainda levam multidões aos cinemas e enchem os cofres do Lucas Group, o conglomerado de empresas do cineasta. Fãs da franquia já acampavam na porta do complexo de cinemas Chinese Theater, em Hollywood, 40 dias antes da estréia do Episódio II, O Ataque dos Clones. O motivo? Freud explica.
Por Diogo Dreyer
Cartaz de divulgação de O Retorno de Jedi, de 1983.

Além da revolução visual e técnica, a série Guerra nas Estrelas, de George Lucas, inspirou gerações mundo afora. Numa época em que os efeitos visuais eram literalmente manuais, esse cineasta revolucionou a sétima arte com suas explosões e naves gigantescas através dos efeitos digitais. Lucas juntou à sua evolução técnica um novo tipo de história, que misturava contos de fadas, histórias medievais, passagens bíblicas e até faroeste ao mundo da ficção científica.
Sua trilogia também iniciou a era das franquias no cinema, em que alguns produtores têm nas mãos muito mais do que histórias. Seus filmes se transformam em verdadeiras instituições, em que a meta é fazer com que todos assistam ao filme na primeira semana para poder vender seqüências, camisetas, atrações em parques temáticos, brinquedos e DVDs cheios de bônus como recordação. Isso rendeu a Lucas dinheiro suficiente para todos os seus futuros projetos.
Todos os quatro filmes da saga lançados até agora aparecem em qualquer lista dos mais assistidos e mais lucrativos na história do cinema.

Roteiro mitológico
O roteiro da saga Guerra nas Estrelas, Star Wars no original, é baseado no mito do herói. Esse mito é um conjunto de arquétipos recorrentes em quase todas as lendas e mitos, tão familiares aos povos orientais como aos cristãos, árabes e índios de diversas origens e de todas as gerações, ou seja, está presente no inconsciente coletivo de todas as sociedades humanas. São os heróis, seus mestres, sua iniciação, suas aventuras. A história dos Jedis comove porque fala de coisas comuns a todos os povos e, principalmente, da eterna dualidade entre o bem e o mal. Para se ter uma idéia da importância dessa estrutura na indústria hollywoodiana, existem consultorias especializadas em enquadrar os roteiros adquiridos pelas produtoras no mito do herói, em que as batalhas entre o bem e o mal e a consolidação de uma nova origem ética estão sempre presentes.
A história de Star Wars usa como ponto de partida o livro do estudioso americano Joseph Campbell (1904-1987), O Herói das Mil Faces. Nele, Campbell esmiúça ponto por ponto quais são as características do herói presente em todas as grandes obras da humanidade, tanto no cinema como na literatura e no teatro. Depois da trilogia, Campbell fez até um outro estudo, o best-seller O Poder do Mito, no qual usou repetidas vezes a saga de Lucas como referência. Nesse livro, ele afirma que "todo adolescente é um Luke Skywalker que tem de sair de seu planeta (a família) e partir para a conquista do mundo. Tem de abandonar velhos modelos e construir os seus próprios, numa verdadeira cruzada heróica em direção ao desenvolvimento de sua personalidade. Terá de lutar contra a tentação de permanecer na origem, daí pode-se entender o fato de Luke Skywalker ter de enfrentar seu próprio pai na figura do mal de Darth Vader".
Campbell definiu a saga como uma guerra de princípios. Ao longo dos três primeiros episódios, Luke Skywalker é o herói dotado de um poder sobrenatural, a Força, que o transforma em um ser único, sendo tentado constantemente a passar para o lado negro, deixando o bem pelas seduções do mal, assim como fez seu pai Anakin, que mais tarde se tornou o poderoso Darth Vader. "O vilão Darth Vader representa uma figura arquetípica. Ele é um monstro porque não desenvolveu a própria humanidade. Quando ele retira a sua máscara, o que vemos é um rosto informe, de alguém que não se desenvolveu como indivíduo humano. Ele é um robô. É um burocrata, vive não nos seus próprios termos, mas nos termos de um sistema imposto", diz Campbell no seu livro. E é disso que Luke deve fugir, mantendo-se fiel a seus princípios.
A pretensão de George Lucas foi a criação de um mito moderno. Para isso, suas intensas pesquisas geraram um mundo onde é possível a mescla de vários gêneros, sem a perda de identidade com o público. Ele não foi o primeiro a utilizar o mito do herói, já presente, por exemplo, na famosa trilogia de O Senhor dos Anéis, de J. R. R. Tolkien, recentemente transportada para as telas do cinema. O mito heróico teve origem na mitologia grega, mas Lucas foi o primeiro a misturar todos esses elementos de uma maneira já condensada e presente no cotidiano do espectador, fazendo com que este se identifique quase que imediatamente com a trama da história. Os Jedis, por exemplo, são assumidamente inspirados nos samurais, os heróis do Japão feudal, seja nas vestimentas, seja no seu código de conduta e espiritualidade e até nas técnicas de luta com a espada. O diretor japonês Akira Kurosawa (Os Sete Samurais) já usava esses heróis 20 anos antes de a série sair do papel. Para o papel de Obi-Wan Kenobi, na primeira trilogia, chegou a ser cotado o ator japonês Toshiro Mifune, que já tinha feito papel de samurai nos filmes de Kurosawa. A palavra jedi vem do termo japonês jidai geki, que designa dramas de época - quase sempre histórias de samurais - na TV nipônica.
O embate entre rebeldes e o Império teria sido inspirado na passagem bíblica do pequeno Davi contra o gigante Golias em que os rebeldes, muito mais fracos, usam da inteligência para derrotar o dominador e saem vitoriosos. Outra referência bíblica: a trombeta da vitória dos Ewoks toca a mesma música que a trombeta dos judeus quando eles deixam o Egito no filme Os Dez Mandamentos, do diretor Cecil B. DeMille, simbolizando a vitória dos oprimidos.
A história ainda faz referência às lendas celtas, como o mago Merlin, encarnado na história como o jedi Obi-Wan Kenobi (pelo ator Alec Guinness na trilogia original e por Ewan McGregor na atual) e ao cavaleiro negro representado pelo vilão Darth Vader. A relação de Luke com Darth Vader, seu pai, por sua vez, faz alusão aos mitos gregos de Cronos e Zeus. Zeus destronou seu pai, Cronos, pois este devorava seus filhos, temendo que eles se voltassem contra ele, o que demonstra que o filho sucede ao pai quando consegue sobrepujá-lo.
Referências a guerras e momentos históricos também estão presentes. O uniforme e os equipamentos dos soldados do Império, por exemplo, são inspirados nas vestimentas do exército nazista, principalmente nos capacetes, o que reforça sua imagem de opressor. Em uma entrevista à Folha de S.Paulo, Lucas declarou: "os sistemas políticos que exploro na saga são antigos e históricos. Você pode encontrar referências a Napoleão, Hitler e imperadores romanos. Normalmente, a democracia é sacrificada para que alguém possa governar".
Guerra nas Estrelas também utiliza elementos de outros gêneros do cinema, como o faroeste, com o objetivo de intensificar a importância do herói. Os duelos de herói e vilão têm como correspondente as batalhas de sabres de luz; o saloon é substituído por uma cantina onde seres de toda a galáxia se encontram ao som de uma banda que poderia ser uma bandinha do Texas; o próprio espaço é a última fronteira a ser explorada, assim como fora o Velho Oeste americano. Além disso, existe toda uma cena inspirada em um clássico do faroeste, Rastros de Ódio, do diretor americano John Ford, do qual George Lucas é fã assumido: quando Luke retorna ao lar e descobre seus tios mortos, parte para sua jornada de heroísmo, assim como fez John Wayne no filme de Ford quando descobriu sua família assassinada por índios. "Quando entrei na faculdade, estudei antropologia e descobri que os faroestes de Hollywood eram provavelmente a última mitologia que nossa sociedade desenvolveu. Nos anos 60, tudo isso ruiu com o surgimento do realismo e da revolta. Uma das razões pelas quais comecei a fazer filmes era meu interesse em criar um novo tipo de mitologia usando o espaço, a nova fronteira", afirmou Lucas em uma entrevista na época do lançamento da primeira trilogia.
Há também muito de fantasia e conto de fadas na saga intergaláctica, representados através de criaturas como Mestre Yoda, Jabba The Hutt e outros monstros, e das monarquias com rainhas, princesas e cavaleiros. "Eu via que as crianças não tinham nenhuma vida de fantasia como a que tivemos. Elas não tinham faroestes nem filmes de piratas como Capitão Blood. Nem Errol Flynn, John Wayne, o tipo de aventura que amávamos. Eu sempre quis fazer uma fantasia na tradição de Buck Rogers e Flash Gordon, uma combinação de 2001 (2001 - Uma Odisséia no Espaço) com James Bond", completa o diretor.