A Copa dos meus sonhos - AGOSTO
DE 2014
Esta foi
determinantemente a Copa das Copas. Assistir a seleção canarinho ser espancada
pela Alemanha foi o 2º melhor cenário possível. Imbatível mesmo, apenas um novo
Maracanazo nas mãos da Argentina, país que se sabe lá por qual razão (uma mídia
estúpida daqui e meia dúzia de racista de lá) é detestado por uma parcela
significativa de brasileiros que pensam que a Terra gira ao redor de uma
bola.
Mas não tirem
conclusões precipitadas. Eu amo este país, apesar dos seus paradoxos
irritantes. Sou um nacionalista ferrenho. Só trocaria minha pátria pela
oportunidade de morar na Austrália; país pacífico, belo e no qual eu poderia
criar cangurus no quintal. Mas sobre os “paradoxos”, vamos listar três e
dissecar com bastante clareza nos próximos parágrafos: nosso campeonato
nacional é desprezível, o evento esportivo serviu para torrar dinheiro público
e os ganhos comerciais são questionáveis.
O Brasileirão
é a casa da mãe Joana. Mudanças constantes nos times e a falta de qualidade são
disfarçadas com o papo de o futebol brasileiro é vitrine e que existe muita
competição e rivalidade. É estranho pensar que a rivalidade explique como times
gigantescos como Fluminense, Corinthians e Flamengo consigam um ano estar no
topo e outro na lanterna. A verdade é que o nível é fraco, a cartolagem é lei,
e só quem passa muito tempo no time é a torcida. Como reflexo, a CBF toma
decisões tolas e que só beneficiam a estrutura de poder arcaica que permite que
o futebol seja utilizado como ópio.
O segundo
ponto é o mais triste. Para os babacas que afirmaram que haveria Copa, apesar das
manifestações, e que era traição não torcer pelo Brasil, devemos afirmar que
eles é quem são os traidores. Desculpe! Traidor é um termo muito forte. Vocês
são apenas toupeiras alienadas que possuem comida na geladeira e plano de
saúde. Poderíamos ter realizado a Copa, pois não existe argumento coerente
contra a não-realização. Não a princípio. Mas quando você gasta verba pública
que prometeram que não seria gasta, extrapola os limites previstos e deixa um
monte de obras inacabadas ou apenas no planejamento... fica evidente que alguma
coisa muito errada aconteceu.
Muitos
afirmaram que a Copa foi um sucesso por ser pacífica. Como se os manifestantes,
até mesmo os estúpidos Black Blocs, fossem praticar atos terroristas e matar
gringos durante o evento. Para deixar bem didático o tamanho da desgraça: em
Brasília foi construído a mais cara das arenas. Apenas com dinheiro público,
apesar de que vídeos do então governador Agnelo Queiroz no Youtube prometiam o estádio mais barato do
país. E Brasília não tem times decentes de futebol. Nem terá! A obra é tão
grandiosa que a chamar de elefante branco não seria uma comparação justa. A
ofensa está no nível da realizada com Deus no filme Parque dos Dinossauros. Criaturas
bilionárias de laboratório que acabaram comendo seus donos. Mas o Mané vai
servir pras elites e pra classe média. Shows da Beyonce, Aerosmith, Guns já
aconteceram. Quem sabe no futuro não teremos Rolling Stones, Lady Gaga e o
Balão Mágico?
O
mais engraçado foram as promessas de desenvolvimento comercial. Ao estilo
formigas trabalhando para o inverno. Quando veremos este número de estrangeiros
novamente? Quais obras foram realizadas de maneira satisfatória? O aeroporto de
Brasília, por exemplo, alaga sem chover! E tem ponte caindo encima de veículos
nas Minas Gerais. Na feira da Torre de TV estava proibido criar lembrancinhas
com o Fuleco e as cores verdes e amarelas, ou seja, nada de lucro na Copa para
os comerciantes locais. Elas não mais pertenciam ao Brasil! Pertenciam a Fifa,
que legislou, julgou e executou leis em um território que não lhe pertencia.
O
Amálgama sinistro destes elementos obriga qualquer nacionalista ferrenho e
sensato a torcer contra a sua seleção. Torcer contra é uma das poucas
esperanças de que o país visite uma clínica de recuperação, pois algo está
extremamente errado. A derrota da nossa seleção demonstra nossa falta de preparo
para o mercado externo. Um país deste tamanho possui milhares de jogadores para
formar diversas seleções alemãs, mas o seu jeitinho “brasileiro” de deixar tudo
para última hora demonstrou o quanto estamos fracos e despreparados para
qualquer competição esportiva internacional.
O próximo
vexame: Olimpíadas!!!
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