domingo, 14 de junho de 2015

Jornal - artigo de opinião sobre a Copa do Mundo

A Copa dos meus sonhos - AGOSTO DE 2014





Esta foi determinantemente a Copa das Copas. Assistir a seleção canarinho ser espancada pela Alemanha foi o 2º melhor cenário possível. Imbatível mesmo, apenas um novo Maracanazo nas mãos da Argentina, país que se sabe lá por qual razão (uma mídia estúpida daqui e meia dúzia de racista de lá) é detestado por uma parcela significativa de brasileiros que pensam que a Terra gira ao redor de uma bola.    
Mas não tirem conclusões precipitadas. Eu amo este país, apesar dos seus paradoxos irritantes. Sou um nacionalista ferrenho. Só trocaria minha pátria pela oportunidade de morar na Austrália; país pacífico, belo e no qual eu poderia criar cangurus no quintal. Mas sobre os “paradoxos”, vamos listar três e dissecar com bastante clareza nos próximos parágrafos: nosso campeonato nacional é desprezível, o evento esportivo serviu para torrar dinheiro público e os ganhos comerciais são questionáveis.  
O Brasileirão é a casa da mãe Joana. Mudanças constantes nos times e a falta de qualidade são disfarçadas com o papo de o futebol brasileiro é vitrine e que existe muita competição e rivalidade. É estranho pensar que a rivalidade explique como times gigantescos como Fluminense, Corinthians e Flamengo consigam um ano estar no topo e outro na lanterna. A verdade é que o nível é fraco, a cartolagem é lei, e só quem passa muito tempo no time é a torcida. Como reflexo, a CBF toma decisões tolas e que só beneficiam a estrutura de poder arcaica que permite que o futebol seja utilizado como ópio.  
O segundo ponto é o mais triste. Para os babacas que afirmaram que haveria Copa, apesar das manifestações, e que era traição não torcer pelo Brasil, devemos afirmar que eles é quem são os traidores. Desculpe! Traidor é um termo muito forte. Vocês são apenas toupeiras alienadas que possuem comida na geladeira e plano de saúde. Poderíamos ter realizado a Copa, pois não existe argumento coerente contra a não-realização. Não a princípio. Mas quando você gasta verba pública que prometeram que não seria gasta, extrapola os limites previstos e deixa um monte de obras inacabadas ou apenas no planejamento... fica evidente que alguma coisa muito errada aconteceu.  
Muitos afirmaram que a Copa foi um sucesso por ser pacífica. Como se os manifestantes, até mesmo os estúpidos Black Blocs, fossem praticar atos terroristas e matar gringos durante o evento. Para deixar bem didático o tamanho da desgraça: em Brasília foi construído a mais cara das arenas. Apenas com dinheiro público, apesar de que vídeos do então governador Agnelo Queiroz no Youtube prometiam o estádio mais barato do país. E Brasília não tem times decentes de futebol. Nem terá! A obra é tão grandiosa que a chamar de elefante branco não seria uma comparação justa. A ofensa está no nível da realizada com Deus no filme Parque dos Dinossauros. Criaturas bilionárias de laboratório que acabaram comendo seus donos. Mas o Mané vai servir pras elites e pra classe média. Shows da Beyonce, Aerosmith, Guns já aconteceram. Quem sabe no futuro não teremos Rolling Stones, Lady Gaga e o Balão Mágico?
                O mais engraçado foram as promessas de desenvolvimento comercial. Ao estilo formigas trabalhando para o inverno. Quando veremos este número de estrangeiros novamente? Quais obras foram realizadas de maneira satisfatória? O aeroporto de Brasília, por exemplo, alaga sem chover! E tem ponte caindo encima de veículos nas Minas Gerais. Na feira da Torre de TV estava proibido criar lembrancinhas com o Fuleco e as cores verdes e amarelas, ou seja, nada de lucro na Copa para os comerciantes locais. Elas não mais pertenciam ao Brasil! Pertenciam a Fifa, que legislou, julgou e executou leis em um território que não lhe pertencia.
                O Amálgama sinistro destes elementos obriga qualquer nacionalista ferrenho e sensato a torcer contra a sua seleção. Torcer contra é uma das poucas esperanças de que o país visite uma clínica de recuperação, pois algo está extremamente errado. A derrota da nossa seleção demonstra nossa falta de preparo para o mercado externo. Um país deste tamanho possui milhares de jogadores para formar diversas seleções alemãs, mas o seu jeitinho “brasileiro” de deixar tudo para última hora demonstrou o quanto estamos fracos e despreparados para qualquer competição esportiva internacional.  

O próximo vexame: Olimpíadas!!!

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